Observando as fotos dos treinos em Montmeló, me chamou a atenção, por este ângulo, o excesso de apêndices aerodinâmicos do carro-veado da BMW. Alguém já viu outro modelo tão cheio de penduricalhos, chifres e ferrões?
Esta aberração só exemplifica o cenário da F1 atual: com motores congelados, pneus raiados e com pouca aderência mecânica, as equipes atiram-se ao refinamento aerodinâmico como única forma de melhorar performance. O saldo disso? Carros perfeitos com pista livre, mas que começam a perder rendimento com qualquer turbulência logo à frente, ainda que o adversário mais próximo esteja a 300 metros de distância.
Carros cheios de aletas e penduricalhos são sinônimos de corridas sem ultrapassagens. E é justamente este o motivo que me faz aguardar ansiosamente uma Fórmula 1 de aerodinâmica limpa em 2009. Ninguém deseja que o topo do esporte a motor se transforme numa competição de chassis únicos ou totalmente padronizados, mas alguma coisa precisa mudar para que haja o retorno das disputas, das ultrapassagens, de corridas que não sejam vencidas porque alguém pegou o ar mais limpo (lembram do último GP da França?). Pneus slick - maior aderência mecânica - e carros de desenho limpo - menos eficiência aerodinâmica - podem ser o caminho. É um alento.Etiquetas: Análises, BMW, F1, Fórmula 1, Novos carros, Regulamento |