Como forma a tentar encerrar esta polêmica toda, farei apenas mais dois posts sobre o assunto da entrevista de Osamu Goto.
O primeiro é este, um comentário feito por Luiz Alberto Pandini, jornalista do GP Total, a respeito da polêmica entrevista de Osamu Goto e do GP do Brasil de 1991. Panda estava em Interlagos naquele ano, cobrindo o GP do Brasil para o Jornal da Tarde, e emite uma opinião definitiva a respeito do assunto.
Com a palavra, el Panda!
"Capelli e demais amigos: me desculpem, mas essa "polêmica" sobre se Senna tinha ou não apenas a sexta marcha em Interlagos/91 é coisa de fã desocupado que deseja fazer onda com café requentado.
Cobri aquele GP para o Jornal da Tarde (minha primeira cobertura de F1) e afirmo categoricamente: na época, não houve NENHUMA dúvida de que Senna realmente fez as últimas voltas somente com a sexta. As imagens on-board foram ao ar ao vivo. Comentaristas como Edgard Mello Filho, no Brasil, e Patrick Tambay, na França, imediatamente perceberam que Senna não trocava de marcha e chamaram a atenção dos ouvintes/telespectadores para o fato de o brasileiro ter problemas no câmbio.
Apenas para registro, um fato ocorrido no dia seguinte ao GP. Debochado, Nelson Piquet deu a seguinte declaração ao jornalista Castilho de Andrade durante a inauguração da fábrica da Benetton em Curitiba: "Essa história é cascata. Ele 'apagou' fisicamente".
A frase foi manchete do Jornal da Tarde da terça-feira seguinte ao GP. Quem conhece Piquet sabe que ele soltou aquilo de maneira inconseqüente, como fazia com a "rádio box". Não era nem podia ser tomado como análise séria. O JT vendeu horrores naquele dia, mas não havia qualquer dado que sustentasse a "teoria" de Piquet.
O assunto acabou: durante mais de dez anos, foi ponto pacífico que Senna ganhou o GP do Brasil de 1991 com o câmbio em sexta nas últimas voltas. É por isso que fico pasmo quando alguém, ou muito desinformado ou ansioso para fazer o ídolo morto voltar a ser assunto, resolve criar uma FALSA polêmica sobre esse assunto.
Quanto ao link postado pelo Capelli, ele realmente leva a algo que não tem nada a ver com a Auto Sprint de qualquer tempo. Aquilo é primário. Tenho quase certeza de que, quando Capelli receber a revista, não vai encontrar entrevista alguma.
Aos que não me conhecem: sempre assumi no GPtotal que prefiro Piquet a Senna. Algumas pessoas me odeiam por causa disso. Mas a veracidade dos fatos está acima das preferências pessoais. Abraços. (LAP)"
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