O comentário chega um pouco atrasado, mas ainda em tempo. Giancarlo Fisichella venceu o "vestibular" para piloto da Force India e foi anunciado ontem como titular da equipe para 2008.
Numa primeira análise, parece má notícia. Mas não é. Embora concorde que Fisichella já não tenha mais muito futuro na Fórmula 1, sua contratação acena para uma visão mais profissional que Vijay Mallya traz à gerência da equipe. Nos tempos de Spyker, Midland ou nos últimos suspiros sob o nome Jordan, a contratação de pilotos fracos com o bolso recheado sempre foi a ordem do dia. O instinto de sobrevivência prevalecia sobre qualquer planejamento e, não por acaso, o time foi trocando de donos por três anos consecutivos. Com a contratação do italiano, Mallya afirma, nas entrelinhas, que a equipe trabalhará almejando algo além da simples subsistência.
Fisico, que não deve custar barato, garante experiência à Force India e pode ser o parceiro ideal para Adrian Sutil. O italiano não costuma ser constantemente rápido em corridas, mas sua bagagem de 13 anos pode ajudar no desenvolvimento do carro e na orientação ao companheiro novato. Sutil demonstrou muito talento em 2007, mas também errou além da conta. A presença de um piloto mais experiente no cockpit ao lado pode fazer do alemão um dos principais destaques da próxima temporada.
Se, por um lado, acreditava que Fisichella não tinha mais nada a acrescentar à F1, por outro entendo que é mais positiva a presença dele na categoria do que de pilotos pagantes da estirpe de Christijan Albers, Sakon Yamamoto, Yuji Ide ou Narain Karthikeyan. Dos males, o menor. Fisico pagará o mico de andar na rabeira do grid em 2008, mas pelo menos garante o bom nível de pilotos no campeonato que se inicia em março.Etiquetas: Análises, Force India, Giancarlo Fisichella |