- E deu a zebra em Interlagos. Numa corrida cheia de alternativas, Kimi Raikkonen contou com uma sorte que poucas vezes brilhou em sua carreira para vencer e conquistar seu primeiro título mundial.
- Kimi pode não ter sido o piloto mais brilhante do campeonato, mas sua arrancada na segunda metade da temporada fez dele o maior vencedor e maior pontuador. Obviamente, por este mérito, o título fica em boas mãos.
- O nome da corrida, sem dúvida, foi Felipe Massa. Tinha a corrida nas mãos e não teve a liderança ameaçada, nem quando errou na Junção. Deixou Raikkonen passar em nome do time e subiu ao pódio com um sabor amargo na boca.
- Mas o terceiro piloto no pódio, Fernando Alonso, não compartilhava do mesmo sabor. Logicamente ele preferiria ter saído de Interlagos campeão, mas ver Lewis e o restante da McLaren derrotados deve ter sido bastante saboroso para o espanhol.
- Lewis Hamilton, o novato que não errava, deixou sua pouca experiência falar mais alto nas últimas corridas. Mas o título não foi perdido hoje, mas sim na China. Aquele erro primário na entrada dos boxes foi o que pôs tudo a perder. Hoje, saiu da pista na primeira volta, caiu para oitavo, mas chegaria no mínimo em quarto lugar não fosse o problema eletrônico em seu carro. Não pode ser culpado pela derrota de hoje.
- Massa foi o fiel da balança hoje, dando de bandeja o título a seu companheiro de equipe. Mas que não se espere gratidão da Ferrari para o próximo ano, dando a ele o título como agradecimento. A Fórmula 1 não funciona assim.
- Barrichello terminou a temporada de forma melancólica, queimando a largada, andando na rabeira e abandonando com motor quebrado. Pela primeira vez na vida, termina um ano zerado. Que faça uma temporada de despedida melhor em 2008.
- O que mais falar sobre a corrida de hoje? Que Fisichella merece mesmo a aposentadoria depois da bobagem no S do Senna, que tirou o incauto Yamamoto da corrida. Que Rosberg e Kubica protagonizaram um belíssimo duelo e que serão o futuro da Fórmula 1. Que Ralf Schumacher não vai deixar saudades. Que Trulli é outro que também poderia ir embora. Que Kazuki Nakajima honrou o pai na estréia, protagonizando peripécia semelhante no pit stop. E que a Fórmula 1, sem Schumacher, ficou bem mais divertida.
- O resultado de hoje me deixou feliz, não nego. A tendência de torcer pelo mais fraco me aproximou da Ferrari hoje e a conquista foi merecida. Fiquei feliz também ao lembrar do garoto Gabriel, simpático filho dos amigos Pandini e Alessandra, que torcia para Raikkonen e que viveu hoje emoção parecida como as que vivi com Piquet e Senna, quando tinha a mesma idade.
- Por fim, gostaria de estar na sala de imprensa de Interlagos neste momento para ver a cara de tacho dos jornalistas espanhóis e ingleses. Tanta briga de vaidade, tanta bobagem, tanta torcida insana para nada.Etiquetas: Análises, GP do Brasil |