A Red Bull anunciou hoje em Hockenheim o que todo mundo já sabia: Sebastian Vettel será "promovido", saindo da Toro Rosso para assumir a vaga do aposentado David Coulthard na Red Bull em 2009. Corrida na Alemanha, hora certa para o anúncio. Até porque, diria eu, trata-se da primeira boa notícia envolvendo um piloto alemão nesta temporada.
O ano começou com um recorde: cinco alemães presentes inscritos, o equivalente a um quarto no grid da Fórmula 1, depois da debandada da Super Aguri. A maioria deles jovens e promissores talentos, dando a impressão de que iniciava-se uma nova era de domínio germânico.
Porém, em oito corridas, todas as previsões se desmancharam. Vettel conseguiu sua promoção, é verdade, mas muito pelo que fez no ano passado. À exceção do GP de Mônaco, no qual guiou como veterano e chegou num brilhante quinto lugar, pouco fez além de bater nas primeiras voltas da maior parte das corridas.
Adrian Sutil vive fase parecida com a de Vettel. Brilhou em Mônaco, mas bate demais e, para piorar, vem sendo obscurecido pelo veterano Fisichella na Force India. Sua cotação vem caindo a cada prova.
Nico Rosberg, já em sua terceira temporada, segue caminho parecido. Era incensado como uma das possíveis surpresas do ano e não pára de decepcionar. Os seguidos bicos perdidos nas corridas são prova disso - entre Mônaco e Canadá foram quatro -, e o herdeiro de Keke Rosberg chega à metade da temporada empatado em pontos com seu companheiro Kazuki Nakajima. O que, convenhamos, é muito pouco. Pelas boas performances em classificação, continua bem cotado. Mas se os resultados continuarem escassos, perderá valor em pouco tempo.
Timo Glock, campeão da GP2 em 2007, chegou à Toyota sem grandes expectativas. Porém, esperava-se pelo menos uma luta mais árdua com Jarno Trulli, veterano às vésperas da aposentadoria. Não está acontecendo. Glock tem apenas 5 pontos marcados, contra 20 do companheiro. Em grids de largada, vem sendo goleado por 7x2. Além disso, acumula rodadas e batidas. Muitas delas, infantis.
E o quinto tedesco, Nick Heidfeld, o mais experiente, também vem sucumbindo. Foi muito bem em Silverstone com um segundo lugar, mas não vem sendo nem sombra para Robert Kubica. Dos cinco, é aquele de quem mais se esperava em 2008, cogitando-se até uma provável primeira vitória. Ironicamente, ela chegou para seu companheiro de equipe, que briga pela ponta da tabela. Com 36 pontos, Nick está bem posicionado - a apenas 12 do líder - e não faz um campeonato ruim. Mas está longe do que dele se esperava.
Cinco pilotos, cinco decepções. Sebastian Vettel garantiu boa posição para o ano que vem e, até agora, é o alemão que se salva em 2008. Por acaso ou não, é o único deles que tem mais pontos na tabela do que o companheiro de equipe.
Nico Rosberg e Nick Heidfeld também devem garantir bons contratos para o ano que vem, mas é fato que o futuro do automobilismo germânico já não é mais visto com o mesmo otimismo de alguns meses atrás. Ainda há tempo, o cenário pode mudar. Mas, se a tônica for a das primeiras etapas desta temporada, restará aos alemães torcer por BMW e Mercedes. A geração pós-Schumacher não emplaca.Etiquetas: Adrian Sutil, Análises, GP da Alemanha, Nick Heidfeld, Nico Rosberg, Sebastian Vettel, Timo Glock |