E depois de dois dias de silêncio absoluto, Max Mosley surge com uma resposta sobre o escândalo sexual. O presidente da FIA admite que é ele quem aparece no vídeo, mas nega o teor nazista da brincadeira.
A estratégia é óbvia. O grande problema das imagens reveladas pelo tablóide inglês, fora o grande embaraço pessoal em ver sua intimidade devassada, é justamente a referência ao nazismo. O que pode derrubá-lo da presidência da FIA não é a descoberta de que gosta de levar uns sopapos e chicotadas, mas sim a nociva relação entre esporte e intolerância, agressividade, racismo e tudo o mais que decorre de uma ligação com o nazi-fascismo.
Vale lembrar que o centro do automobilismo europeu vem, aos poucos, migrando para a Alemanha. O maior campeonato de carros de turismo do continente já está lá, a Fórmula 3 germânica cada dia ganha mais importância que a inglesa, BMW e Mercedes disputam a ponta da Fórmula 1, a Toyota escolheu Colônia como sede, há cinco alemães no grid de largada da categoria em 2008...
Em resumo: o dinheiro está vindo de lá. Por conseqüência, o poder também. Imaginem agora a revolta e indignação dos alemães, que vêem a passagem mais dolorosa de sua história sendo utilizada "de brincadeirinha" para realização de uma fantasia sexual de um político poderoso. Duvido que não queiram a cabeça de Mosley numa bandeja.
Max pode até não cair agora, mas dificilmente se reelegerá nas próximas eleições da FIA. Obviamente, sabendo do risco que corre, provavelmente não mais se candidatará à reeleição. O tablóide - e quem mais estiver por trás desse vídeo - acabou com a carreira do velho Max. Tem coisas com as quais não se brinca, e o nazismo é uma delas.Etiquetas: Análises, FIA, Max Mosley, Notícias |