- Lewis Hamilton venceu com autoridade e merecimento. A McLaren sobrou e o inglês soube, como de praxe, manter a liderança sem ser ameaçado em nenhum momento. Largou de forma precisa, abriu diferença quando necessário e inicia o campeonato em ótima forma.
- A McLaren, dominante no GP, só não marcou uma dobradinha por um golpe de azar. Kovalainen, segundo, ainda não tinha feito seu segundo pit stop quando Timo Glock bateu, ocasionando a terceira entrada do Safety Car. Foi obrigado a esperar a abertura do pit lane e voltou no fim do pelotão.
- O desempenho da BMW foi convincente, embora pareça ainda não ter condições de brigar pela vitória em circunstâncias normais. Seu posto de terceira força parece garantido, embora a Williams também esteja em ótima forma.
- Uma corrida de milhões de erros para a Ferrari, tanto da equipe quanto de seus pilotos, um fim de semana para esquecer. Mas chama a atenção o fato dos dois abandonos terem ocorrido de forma idêntica, com o motor parando aos poucos. Aliás, o mesmo mal já tinha acometido o carro de Kimi Raikkonen na classificação de sábado.
- Os problemas da Ferrari, no entanto, não diminuem a responsabilidade de Felipe Massa. Errou feio na largada ao escorregar do lado sujo da pista e ir parar na barreira de pneus. Mas no toque com Coulthard, a responsabilidade pode ser, no mínimo, dividida. Naquela curva, na posição em que os carros estavam, o piloto da Red Bull não poderia ter feito o traçado de forma normal, como se não houvesse ninguém ao lado.
- Brilhante pódio de Nico Rosberg, o primeiro de sua carreira. A Williams confirmou os ótimos resultados da pré-temporada, sendo a única equipe além da McLaren a pontuar com os dois carros.
- Kazuki Nakajima, entretanto, fez a bobagem do dia ao bater na traseira de Robert Kubica, estragando a boa corrida do polonês.
- Louvável o desempenho de Rubens Barrichello. Fez excelente prova e merecia o pódio, que acabou perdendo por um problema no pit stop. Aliás, me pareceu injusta a punição com Stop & Go por causa da entrada durante o Safety Car. Pela transmissão, a impressão que passa é a de que ele já estava nos boxes quando a sinalização foi acionada.
- Lamentavelmente, o brasileiro deve ser desclassificado e perder o sexto lugar nas próximas horas por ter deixado os boxes com as luzes vermelhas acionadas. Em circunstâncias normais, teria sido um erro exclusivo dele, é obrigação do piloto cuidar a sinalização. Mas é compreensível que ele estivesse prestando mais atenção nos retrovisores, tentando entender o que acontecera quando arrancou com o carro. Para quem não viu, o “homem do pirulito” o liberou antes que o pit stop estivesse concluído. Ele arrancou com a mangueira de combustível engatada e levou com ele dois mecânicos.
- Esquisita demais a estréia de Nelsinho Piquet. Sua Renault andou sempre na rabeira e era o carro mais lento durante todo o tempo em que esteve na pista. Certamente havia algo de muito errado com o carro. Estivesse o equipamento funcionando perfeitamente, um resultado assim só seria possível se Piquet fosse um péssimo piloto. Isso a gente sabe que não é. A Renault desconfia que haja um problema no chassi.
- Já Alonso fez uma ótima reestréia na Renault. Chegou em quarto depois de uma bela briga com Kovalainen nas últimas voltas. Em muitos momentos, deu a impressão de estar andando mais que o carro. E deu resultado.
- Sebastien Bourdais foi o melhor estreante do dia, merecia muito a quarta colocação que ocupava a poucas voltas do final, até seu motor Ferrari quebrar. Seu companheiro Vettel, sensação dos treinos, largou muito mal, ficou para trás e acabou envolvido num toque logo na primeira curva. Natural, pela pouca experiência.
- Mesmo com a excelente corrida de hoje, ainda adoto uma certa cautela ao dizer que ela foi resultado da ausência do controle de tração. A falta do CT realmente influiu no acidente de Timo Glock, na rodada de Kimi Raikkonen e na briga entre Alonso e Kovalainen. Mas é bom lembrar que, volta e meia, acontecem provas assim no Albert Park. Em 2006, o GP da Austrália teve tantas alternativas quanto, e o CT lá estava.
- A abertura do mundial foi tão confusa e tão cheia de variáveis que ficou difícil avaliar o real potencial da Ferrari. O domínio da McLaren teria sido igual caso os italianos não enfrentassem tantos problemas? Respostas domingo que vem, na Malásia.
- Atenção para os próximos capítulos. Caso a McLaren volte a reinar em Sepang, virá por aí "O Escândalo das Centralinas". Vale tudo para desestabilizar o líder do campeonato, mesmo que não haja nenhum fundo de verdade.Etiquetas: Análises, GP da Austrália |