Hoje assisti a uma reportagem no Esporte Espetacular sobre a tradição de países como Brasil e Finlândia na Fórmula 1. Carlos Gil traçou alguns paralelos interessantes: ambos os países possuem três campeões do mundo e dois pilotos entre as três principais equipes da categoria em 2008.
Entrevistado, Heikki Kovalainen tocou, de forma inocente até, o dedo em uma grande ferida. Nas palavras do finlandês:
"Interessantes essas coincidências, nunca havia percebido. E até me surpreende, o Brasil deve estar fazendo alguma coisa errada. Nós somos apenas 5 milhões, compare com o tamanho do seu país..." Porém, em vez de abordar o assunto espinhoso, que daria muito pano pra manga, a reportagem preferiu sair pela tangente. Respondeu à constatação de Kovalainen com uma tabelinha, dizendo que "não é bem assim", já que o Brasil tem oito títulos mundiais e é o país que mais títulos conquistou na história. Separando, convenientemente, Escócia e Inglaterra, que correm sob o Union Jack do Reino Unido.
Uma meia-verdade estrategicamente utilizada para tapar o sol com a peneira, um resgate histórico para fazer valer o Brasil-sil-sil varonil, ignorando solenemente o cenário sombrio que é a realidade atual do esporte a motor no país.
Mas a gente sabe o motivo de tudo isso. O Brasil de verdade não é aquele que "a gente vê por aqui".Etiquetas: Análises, Estatísticas, F1, Fórmula 1 |