Você acha 100 milhões de dólares barato? Eu também não. Mas perto da ameaça de exclusão que a McLaren sofreu hoje, a multa deste valor, mais a pena aplicada, saiu bem baratinha. A equipe perdeu todos os pontos do Mundial de Construtores e, por isso, terá que pagar do próprio bolso os transportes no ano que vem, perdendo o subsídio da FOM. Mas os pilotos, o que é mais importante, saíram ilesos da situação e correrão normalmente na Bélgica.
Depois da "pegadinha do Mallandro" que a Autosport pregou no mundo todo nesta tarde, informando a partir de fontes que estavam na reunião que a McLaren tinha sido excluída deste e do próximo campeonato, a grande bomba do dia não passou de um estalinho. Corre à boca pequena que a McLaren, inicialmente, fora realmente excluída, mas que protestou e tentou de todas as formas salvar seus pilotos. Ao que parece, conseguiu. Outra versão, de fonte mais segura, diz que a equipe só não foi excluída por ser ré primária.
Justiça foi feita? Acho que sim. A equipe protagonizou o maior escândalo da história da Fórmula 1 e levou como pena a maior multa e a maior punição da história. O campeonato, na pista, pelo menos fica preservado. É fato que os pilotos foram beneficiados pelo uso ilegal das informações, mas um campeonato decidido no tapetão ficaria ainda mais feio. Será que alguém comemoraria, sem nenhum constrangimento, um título de Raikkonen ou Massa depois da exclusão da McLaren? Creio que não. Se ganha é na pista, embora fora dela tenha rolado mais lama do que nunca.
Este é o espaço no qual Ivan Capelli fala sobre automobilismo e alguns pormenores do cotidiano, com seu ponto-de-vista bastante particular. Além disso, toda terça-feira, uma charge sobre automobilismo.
Jornalista, 30 anos, um chato que dá pitaco em quase tudo sobre automobilismo. Além de manter este blog, Capelli colabora com o site Grande Prêmio, escreve uma coluna mensal no GP Total e co-produz e co-apresenta o podcast Rádio GP.