Desde meados dos anos 60, quando os capacetes começaram a ganhar pinturas personalizadas, os pilotos de automobilismo utilizam grafismos, imagens e símbolos a fim de representar sua personalidade, sua terra natal ou suas preferências.
Mas, além disso, muitos deles optaram por fazer de seus capacetes homenagens. Alguns fazem referência a seus ídolos, outros seguem a linhagem familiar, como se fosse um brasão, enquanto muitos apenas aproveitam desenhos que julgam bonitos.
Em mais um levantamento inútil capelliano, confira abaixo alguns capacetes que foram inspirados em outros pilotos.
Dinastias
 Nelson Angelo Piquet, que estréia na Fórmula 1 no ano que vem pela equipe Renault, corre com um casco praticamente idêntico ao do pai (foto à direita). Nos tempos de Fórmula 3 e GP2, a pintura era ainda mais parecida: apenas um cromado substituía a base branca. Este ano, por causa do patrocinador principal da Renault, o piloto mudou a pintura (foto à esquerda), trocando o vermelho para laranja e incluindo um topo azul.
 Christian Fittipaldi (esquerda) aproveitou o mesmo desenho do pai, Wilson Fittipaldi Jr., apenas invertendo as cores.
 Em homenagem, Damon Hill correu sempre com uma pintura idêntica à do pai, Graham. Manteve o mesmo tom de azul escuro e as pás brancas em referência ao clube de remo no qual o pai competia.
 O desenho da família Andretti já está na terceira geração. O patriarca, Mario (esquerda), utilizava apenas um capacete com pintura sólida em cinza, até fechou um patrocínio com os cigarros Viceroy, que o fez adotar no topo uma faixa vermelha. O grafismo ficou tão marcante que o piloto o manteve mesmo depois do contrato encerrado. O filho, Michael (centro), manteve a pintura do pai e incluiu apenas uma bandeira americana na base. Marco (direita), o mais jovem dos Andretti, baseou-se no capacete do pai, invertendo apenas as cores do topo. Onde era azul, ficou vermelho e vice-versa.
 Michael Schumacher criou seu casco primeiro, com fundo branco e topo azul. O irmão Ralf, quando começou a correr, aproveitou o mesmo desenho, colocando apenas amarelo de fundo e um tom de cinza no topo. Anos depois, Michael adotou o vermelho Ferrari e Ralf trocou o topo para amarelo.
 Bruno Senna (esquerda) homenageia o tio com uma variação da pintura clássica de Ayrton, tornando as linhas onduladas e acrescentando um topo azul. Outros pilotos, no entanto, já pegaram carona no mesmo desenho. Eddie Irvine (centro), quando corria na Fórmula 3000, usava um casco idêntico ao do brasileiro, inclusive com o patrocínio da Marlboro. Seu carro, aliás, tinha uma pintura igual à da McLaren na época. O holandês Tom Coronel (direita), por sua vez, sempre usou um desenho bastante parecido com o de Ayrton, variando apenas algumas cores.
 A família Mansell também corre sob o mesmo desenho, inspirado nos cantos do Union Jack. Leo (esquerda), usa a mesma pintura do pai, acrescentando apenas um tanto de vermelho na parte da frente. O irmão mais velho, Greg (centro), fez o mesmo, substituindo o vermelho pelo azul. Já o japonês Hiroki Yoshimoto (direita), embora sem parentesco, também inspirou-se no Leão. Ele alterou o vermelho para amarelo e deixou o fundo cromado. Bizarro.
Homenagens
 O italiano Michele Alboreto sempre se declarou fã de Ronnie Peterson e, por este motivo, desenhou ainda no começo da carreira um capacete aproveitando as cores da Suécia, utilizadas por seu ídolo.
 Em caso parecido com o de Alboreto, Jean Alesi admirava bastante o italiano Elio de Angelis e, por isso, apropriou-se de sua pintura como forma de homenagem. Acrescentou apenas um topo azul.
 Nunca li nenhuma linha sobre o assunto, mas os capacetes de Teo Fabi e Peter Revson são tão semelhantes que é impossível não acreditar que tenha sido uma homenagem do italiano ao piloto norte-americano, falecido quando Teo ainda iniciava sua carreira.
 Pedro Paulo Diniz, assumidamente, inspirou-se no desenho com setas de José Carlos Pace para compôr seu próprio capacete.
Inspirações
 Anthony Davidson (direita) adotou o mesmo desenho de Eddie Cheever para compôr seu capacete. Não que o norte-americano seja um ídolo seu, tratou-se apenas do aproveitamento de um desenho. Que ficou um tanto sem sentido, diga-se de passagem, visto que o capacete de Cheever é inspirado na bandeira do Arizona, seu estado natal. Apesar da falta de significado para Davidson, sua pintura ficou até mais bonita.
 Olivier Pla, à direita, reaproveitou o desenho de Pedro de la Rosa. E conseguiu deixá-lo ainda pior...
 Esta é apenas uma suposição capellesca. O capacete de Johnny Herbert (esquerda) sempre foi muito similar ao de Patrick Depailler, não? Apenas coincidência?
 O canadense Scott Goodyear (direita), nos anos em que corria na CART, usava uma pintura muito parecida com a de Alain Prost.
 E Capelli também foi inspirador! Por que não? Quem seguiu a linha foi o francês Jean-Christophe Boullion (à direita), que utilizava nos anos 90 um casco praticamente idêntico ao do italiano.
E você, lembra de mais algum? |