Quem ouviu a Rádio GP nº 11, publicada na terça-feira passada, deve ter escutado uma passagem na qual eu citava uma espécie de "maldição" envolvendo as McLarens que correm com números ímpares.
Pois vejam que coisa curiosa. Em 1984, o número 7 Alain Prost perdeu o título mundial para seu companheiro de número 8, Niki Lauda. No ano seguinte, o troco. O par Prost, de número 2, bateu o ímpar Lauda, o 1.
Três anos depois, Ayrton Senna chegou na equipe e trouxe com ele da Lotus o número 12. Prost, o 11, acabou derrotado pelo brasileiro naquela temporada. Mas, como fez com Lauda, o francês vingou-se no ano seguinte. De posse do sortudo número 2, deixou o 1 de Senna com o vice-campeonato.
Em 1993, Michael Andretti chegou à Fórmula 1 com pose de campeão da Indy e gerando muita expectativa. E eis que o norte-americano, trajando o número 7, foi literalmente massacrado por Ayrton Senna, número 8. A mesma numeração ainda era utilizada pela McLaren em 1998, ano em que a equipe voltou a ser campeã, após um jejum de sete anos. Ofereço um doce a quem adivinhar qual número estava presente no carro do campeão Mika Hakkinen e qual estava no do eterno segundão David Coulthard.
Há dois anos, a McLaren construía o melhor carro da temporada, conquistava o maior número de vitórias, mas perdia os títulos de pilotos e construtores. O piloto que brigou pelo campeonato, Kimi Raikkonen, sofreu uma série de azares durante o ano. Seu número? Ímpar: 9.
E agora, em 2007, o campeão Fernando Alonso está comendo o pão que o diabo amassou com seu companheiro novato, número 2, Lewis Hamilton.
Obviamente ocorreram exceções. James Hunt foi campeão com o 11 em 1976, Senna ganhou em 1990 com o 27 e em 1991 com o 1, Hakkinen foi bicampeão com o número 1 em 1999. Mas tal estatística não deixa de ser curiosa. Serve, pelo menos, de embasamento para quem quiser encontrar uma explicação esotérica para as derrotas de Alonso nesta temporada. |