- Como previsto, uma corrida maluca e cheia de alternativas, tipicamente um GP do Canadá. E que terminou com vitória de Robert Kubica, a primeira de sua carreira e a primeira da equipe BMW.
- A primeira vitória do polonês não é um resultado fortuito, resultado somente de condições adversas para os rivais. Ela já estava batendo na trave, com a BMW demonstrando que em breve venceria pela primeira vez. Aconteceu e deve acontecer mais vezes.
- Robert deve, no entanto, boa parte de sua vitória à besteira homérica de Lewis Hamilton. O inglês, que já demonstra ter problemas com boxes, não viu a luz vermelha na saída do pit e estampou vergonhosamente a traseira da Ferrari de Kimi Raikkonen. Assim como na China, no ano passado, agiu como novato.
- Hamilton é um expoente, é um grande piloto, mas é bom lembrar que ele está apenas em sua segunda temporada na Fórmula 1. O garoto é um fenômeno, mas é um novato. Não deve ser crucificado por um erro infantil, é algo que acontece com todo mundo em começo de carreira.
- Felipe Massa, quinto colocado, teve azar, teve sorte, teve talento e teve juízo. Teve azar quando a Ferrari se atrapalhou em seu pit stop, o obrigado a parar uma vez mais. Teve sorte com o abandono de Alonso e com os erros de Timo Glock e Jarno Trulli. Teve juízo ao não tentar uma ultrapassagem sobre o piloto da Toyota na última volta, quando poderia colocar quatro pontos a perder. Mas, acima de tudo, teve muito talento na ultrapassagem dupla, magistral, sobre Rubens Barrichello e Heikki Kovalainen no grampo. Foi também oportunista na ultrapassagem sobre Trulli. Apesar de ter largado em posição ruim e não ter chegado nem ao pódio, Felipe fez uma das melhores corridas de sua carreira.
- David Coulthard foi uma boa surpresa. Largava apenas em 13º, mas beneficiou-se da entrada do Safety Car, não parou nos boxes e conseguiu manter-se no pelotão da frente, mesmo sem ter um dos carros mais rápidos na pista. Terceiro colocado, subiu ao pódio e desempatou a estatística com Rubens Barrichello. Agora é ele o quarto piloto da história em número de pódios, atrás apenas de Schumacher, Prost e Senna.
- Rubens Barrichello tinha tudo para fazer uma ótima prova. A estratégia de uma parada o favoreceu, chegou a liderar a corrida por algumas voltas, mas perdeu muito rendimento após seu pit stop. Ao que parece, sua Honda não ficou bem calçada com pneus macios. Poderia ter sido terceiro, mas dadas as circunstâncias, o sétimo lugar ficou de bom tamanho.
- Fora dos pontos, Heikki Kovalainen fez outra corrida apagada. Nem de longe o finlandês faz sombra a Lewis Hamilton, não aparece bem nas provas e o resultado se reflete na classificação entre os construtores, onde a McLaren aparece apenas em terceiro lugar, 20 pontos atrás da líder Ferrari. Seu contrato é de apenas um ano, é bom ficar de olho aberto.
- Nelsinho Piquet até teve lampejos de genialidade, com belas ultrapassagens sobre Trulli e Glock. Mas, como sempre, rodou, bateu e abandonou. Seu companheiro Alonso, por sua vez, também rodou, bateu e abandonou. Mas estava brigando pelo segundo lugar.
- No mundial de pilotos, Kubica saltou de quarto para primeiro. Quatro pontos atrás vêm, empatados, Massa e Hamilton. Raikkonen, que começou disparando na ponta, quem diria, agora é apenas quarto.
- Ano passado, Kubica saiu de Montreal de ambulância. Hoje, sai nos braços da equipe BMW. São belas as ironias do esporte.
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