Uma equipe de Fórmula 1 decide criar um time-satélite, como forma de manter o piloto-ídolo de seu país em atividade. Não faz muito sentido, mas vá lá, a decisão foi tomada.
O novo time é risível. A menos de um mês do campeonato, tem apenas um carro com 4 anos de defasagem para correr, não tem pilotos confirmados, há quem duvide que seu nascimento seja viável. Mas ele nasce. Coloca dois japoneses ao volante, um deles bizarro, que é prontamente substituído. Um novo carro chega da equipe principal e o time vai melhorando.
Em seu segundo ano de vida, contudo, comete o maior dos pecados: ousa desafiar o pai. Perdida com um projeto ridículo, a equipe principal se vê humilhada pela satélite. Enquanto sofre nas últimas posições das corridas, o time pequeno - veja só - briga por pontos. Mesmo com menos dinheiro e com equipamento de segunda mão, mostra competência, organização e o principal: resultados. Começou a ficar chato.
A retaliação veio rápido. Ainda durante a segunda temporada, o time-filho se vê proibido de usar melhorias aerodinâmicas. As torneiras financeiras são fechadas. O time começa a morrer de inanição.
Na última semana, o golpe final. O time-pai avisa a FIA que seu descendente não irá correr e seus caminhões são proibidos de entrar no autódromo. Hoje, o golpe final.
Tchau, Super Aguri. Sua trajetória foi curta, mas valorosa.
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Romantismos à parte, a verdade é que a Honda não precisava de uma equipe satélite. Não fazia sentido gastar dinheiro apenas para manter Takuma Sato na ativa. Mas, uma vez criada a equipe, era necessário extingüi-la assim, a marretadas?
Seria mais ético encaminhar o time para uma sobrevivência autônoma, numa transição menos dolorosa. Mas o pragmatismo prevaleceu. Negócios são assim.Etiquetas: Análises, Notícias, Super Aguri |