Para quem ficou boiando no post anterior, a tal entrevista que citei foi de Rubens Barrichello à revista Veja. Para quem quiser ler, ela está aqui.
Havia falado, jocosamente, que não diria nada sobre o assunto. Mas o silêncio do blogueiro suscita ainda mais polêmica, então vamos lá, sem pensar com o fígado.
Respeito muito Rubens Barrichello como piloto. Teve a difícil missão de capitanear o Brasil na Fórmula 1 durante quase dez anos. Sofreu toda a sorte de pressões, mas no fim sobreviveu. Cometeu erros, mas teve muito mais acertos em toda a sua carreira. Tem um histórico respeitável e minha admiração por grandes atuações que protagonizou nas pistas, como em Donington/1993, Magny-Cours/1999, Hockenheim/2000 ou Silvertone/2003.
Porém, com um microfone na boca, o rapaz é uma temeridade. De tão honesto, chega a ser ingênuo. E termina por passar por bobo. Entendo como simplesmente inadmissível um esportista de alto nível, destaque numa categoria de ponta, com mais de 15 anos de carreira e quase 40 anos nas costas, ter precisado ler algo tão pobre, infantil e didático como o tal "O Segredo" ou ter visto um filme tão farsesco como "Quem Somos Nós?" para perceber que "sorte" e "azar" não existem. E pior, fala um absurdo desses em público sem ter noção do que está falando.
Barrichello sonhou, por anos, bater Michael Schumacher. Nunca conseguiu, em parte porque a Ferrari não permitia. Mas mesmo que permitisse, não bateria do mesmo jeito. Simplesmente porque Schumacher não precisava de "O Segredo" para vencer e entender a realidade ao seu redor. Provavelmente nunca leu um livro de auto-ajuda na vida. Pelo contrário, o alemão poderia até escrever o seu próprio livro, usando seu exemplo de sucesso para tirar uma grana dos mais incautos e "ensiná-los" a serem vencedores.
Desculpem os que não concordam, mas esta é minha opinião. Quem pensa o contrário pode falar, o espaço de comentários é para isso mesmo.Etiquetas: Análises, Notícias, Rubens Barrichello |