Os testes desta semana em Jerez terminaram ontem e Fernando Alonso, retornando à Renault, ficou com o melhor tempo dos três dias: 1min19s50. O bicampeão foi aos microfones dizer que o resultado foi encorajador, que está feliz, etc etc. Mas, na prática, Alonso sabe o que este tempo significa: absolutamente nada.
Enquanto Ferrari e McLaren testavam seus novos modelos, visivelmente buscando confiabilidade (cada equipe simulou cerca de 7 GPs nestes três dias), a Renault, com carro velho, tinha como objetivo basicamente a adaptação de Fernando Alonso. O espanhol rodou pouco mais de 2 GPs completos no período e, no final da primeira sessão, saiu para buscar tempo. E conseguiu.
Ninguém gosta de ficar atrás na F1 e é praxe nestes testes de inverno que, no final do dia, os pilotos coloquem pneus macios, pouco combustível e saiam a buscar o limite do carro. E entenda-se limite como limite mesmo, estando o carro dotado de recursos muitas vezes fora do regulamento, apenas com o intuito de ver o quão rápido ele pode ser e, é claro, gerar algumas manchetes positivas.
E não há muitas dúvidas de que o objetivo da Renault foi exatamente este. A volta de Alonso por si só já é notícia. E uma volta com um grande tempo vira manchetes. Para um time que passou um ano inteiro na obscuridade, um retorno triunfal de um campeão motiva a equipe, satisfaz os patrocinadores e deixa a torcida feliz. Mas nada além disso. Fico com a opinião de Lewis Hamilton, que quando perguntado sobre o temporal de seu ex-companheiro de equipe, respondeu:
“Era com o carro antigo? Que bom para eles...” É sabido que o espanhol, melhor piloto da atualidade, tira alguns décimos de segundo de qualquer carro. Mas também não é milagreiro. Não foi em um único teste que ele conseguiu transformar um carro fraco como o R27 no mais rápido da pista. Semana que vem, em Valencia, a Renault começa os testes com o novo modelo e é só então que o trabalho vai realmente começar e será possível ter alguma noção do que o espanhol será capaz em 2008. Por enquanto, tudo não passou de pirotecnia.Etiquetas: Análises, Fernando Alonso, Renault, Treinos |