- Numa corrida menos chuvosa e emocionante que o GP do Japão, Kimi Raikkonen conquistou sua quinta vitória na temporada e prorrogou a decisão do título. Mas o grande destaque da prova foi Lewis Hamilton e sua bobagem capital.
- Justamente no momento decisivo da temporada, o novato cometeu seu maior erro e tornou a conquista do título um pouco mais complicada. Continua como favorito para ser campeão no Brasil, a vantagem de quatro pontos para Fernando Alonso não deve ser desprezada. Mas o inglês jogou pela janela uma oportunidade única de decidir o título antecipadamente.
- A McLaren colaborou com o erro de estratégia, tendo mantido o carro de Hamilton com pneus intermediários até o limite. Tivesse parado uma volta antes, nada teria acontecido. A insistência em permanecer na pista mesmo quando já era de 3 a 4 segundos mais lento que a concorrência e com a malha do pneu aparecendo foi o maior erro de todos. O atoleiro na brita da entrada dos boxes, embora tenha visualmente a impressão de besteira monumental, foi só conseqüência de uma decisão equivocada.
- E Hamilton cometeu, pela primeira vez no ano, um erro de principiante. Numa situação limite como aquela, com o carro tendo dificuldades para fazer curva, não precisava ter entrado nos boxes tão rápido. Pagou pelo noviciado. Até que demorou.
- Fernando Alonso e Felipe Massa protagonizaram um belo duelo no começo da corrida, trocando ultrapassagens. Dessa vez, o espanhol não reclamou de nada.
- A briga de Raikkonen com um Hamilton sem pneus também foi empolgante. A Ferrari chegou a tocar a McLaren, que tinha uma marca de pneu em sua lateral quando abandonou.
- Agora é Hamilton, Raikkonen e Alonso brigando pelo título em Interlagos. Pela lógica, ainda dá Hamilton. Mas deixar tudo para ser definido em apenas uma corrida é perigoso demais. Qualquer pequeno erro pode pôr tudo a perder. Até o finlandês pode sair campeão de Interlagos. As chances são remotas, mas quando falamos de uma única corrida, tudo pode acontecer.
- O quarto lugar de Sebastian Vettel soou como justiça divina, premiando o rapaz pela grande corrida em Fuji uma semana depois. Se no Japão tudo acabou com um acidente, hoje o final foi só alegria. Muito merecido.
- E o que dizer do quinto lugar de Jenson Button? No seco, colocou a Honda entre os dez primeiros. Numa corrida em condições mistas, chuva e seco, conseguiu ficar entre os cinco melhores. Os quatro pontos marcados colocaram a Honda à frente da Super Aguri no campeonato de construtores.
- Enquanto isso, Rubens Barrichello largava no final do grid e passava a corrida inteira na rabeira. Depois de tudo o que Button vem fazendo nas últimas provas, já não dá mais para colocar tudo na conta do carro ruim. O brasileiro está péssimo neste final de temporada.
- A Renault não se achou em Xangai. Fez treinos ruins, classificação ruim e uma corrida deprimente. Pela primeira vez, não marca pontos no ano.
- E a dupla Red Bull/Toro Rosso viveu o melhor final de semana de sua história. Vettel quarto, Liuzzi sexto, Coulthard oitavo. Webber, que teve um brilhareco no Japão, hoje desapareceu. Foi o único fora da zona de pontos, em décimo.
- A lamentar a quebra de Robert Kubica quando liderava a corrida. Provavelmente faria mais um pit stop, mas certamente chegaria pelo menos em quarto lugar. Seria notável, a julgar o final de semana ruim da BMW, que não se achou no traçado chinês. Seu companheiro Heidfeld foi apenas sétimo.
- Não avisei que, apesar do sexto lugar no grid, no domingo Ralf Schumacher voltaria a ser Ralf Schumacher? Rodou na largada, bateu em Liuzzi e depois rodou de novo quando voltou a chover. Será que alguém é louco de contratá-lo para o ano que vem? Se nem a Toyota, recanto dos pilotos à beira da aposentadoria, o quer mais...
- GP do Brasil será sensacional. Três na briga.Etiquetas: Análises, GP da China |