Depois de um dia todo na estrada, quase que incomunicável, fico sabendo apenas agora do comunicado da FIA sobre a reunião de ontem do Conselho Mundial, que torna explícitas as evidências do caso de espionagem.
Ainda não tive tempo de organizar bem as idéias, mas a reação é de total perplexidade. Se ontem julguei que a pena tinha saído barata para a McLaren, agora tenho certeza que saiu de graça. Está provado e comprovado que a equipe, sim, usou os dados em seu benefício. De forma ativa até, buscando informações com Stepney. Alonso e De la Rosa inclusive incentivaram solicitações de dados ao espião em Maranello.
Se isso não é suficiente para uma exclusão, eu não sei mais o que é. Não bastasse a comprovação do uso dos dados e da ciência da existência deles por parte de pessoas-chave da equipe, ficou muito claro que a McLaren mentiu clamorosamente para o Conselho Mundial na primeira audiência, alegando com auréolas na cabeça que apenas Coughlan tinha visto os dados da Ferrari, que todos os demais que ficaram sabendo o orientaram a destruí-los e que nada tinha sido usado. Uma linha de defesa pra lá de cara-de-pau. Mentir em juízo não é um agravante?
Retifico minha opinião de ontem, creio que Alonso e Hamilton não terão mais mérito nenhum no que diz respeito ao título de 2007. A McLaren deveria ter sido excluída, a sensação de impunidade ficou ainda maior. A pizza de ontem provocou uma bela indigestão.
Este é o espaço no qual Ivan Capelli fala sobre automobilismo e alguns pormenores do cotidiano, com seu ponto-de-vista bastante particular. Além disso, toda terça-feira, uma charge sobre automobilismo.
Jornalista, 30 anos, um chato que dá pitaco em quase tudo sobre automobilismo. Além de manter este blog, Capelli colabora com o site Grande Prêmio, escreve uma coluna mensal no GP Total e co-produz e co-apresenta o podcast Rádio GP.