O escândalo de espionagem que abalou a estrutura da Fórmula 1 na última semana vem ganhando contornos cada vez mais interessantes e deliciosos. Não bastasse a revelação de Nick Fry, diretor da Honda, de que os espiões Stepney e Coughlan bateram às portas do time japonês pedindo emprego há alguns meses, agora chega a informação de que a Ferrari só ficou sabendo de tudo graças a um operador de fotocopiadora.
Não era o Lázaro Ramos, pelo que sei, mas foi o carinha do xerox que copiou a documentação roubada da Ferrari que entregou tudo para os italianos. Coughlan, bobalhão, mandou copiar as 700 páginas numa papelaria próxima à fábrica da McLaren. O copiador, provavelmente irritado pelas gorjetas que o pão-duro Ron Dennis nunca deve ter lhe dado durante anos, botou a boca no trombone.
Como bem disse o Flavio Gomes, só falta uma mulher nesta trama cinematográfica. Eu iria um pouco mais longe: filmes assim sempre contam com assassinatos. E aconteceu: a ética e a esportividade foram mortas na primeira cena.
Este é o espaço no qual Ivan Capelli fala sobre automobilismo e alguns pormenores do cotidiano, com seu ponto-de-vista bastante particular. Além disso, toda terça-feira, uma charge sobre automobilismo.
Jornalista, 30 anos, um chato que dá pitaco em quase tudo sobre automobilismo. Além de manter este blog, Capelli colabora com o site Grande Prêmio, escreve uma coluna mensal no GP Total e co-produz e co-apresenta o podcast Rádio GP.