O vídeo postado anteontem, com a vitória de Michael Schumacher em Silverstone cruzando a linha pelos boxes, gerou uma certa discussão entre os leitores do blog. Houve quem acusasse a Ferrari de trapaça, Schumacher de vigarista e outras coisas mais. Mas o que ocorreu não foi nada disso.
Durante a prova, o alemão ultrapassou Alex Wurz sob bandeira amarela. A punição prevista para estes casos na época era de um stop & go de dez segundos. Os comissários da corrida, no entanto, demoraram muito a notificar a equipe. Quando a Ferrari recebeu o aviso, restavam poucas voltas para o final e, pelo regulamento, punições no trecho final de prova devem ser convertidas em acréscimos no tempo final da corrida. Mesmo assim, os comissários queriam, erradamente, que o alemão pagasse um stop & go.
O envio de Schumacher aos boxes foi um golpe de mestre de Ross Brawn e Jean Todt. Com tal atitude, o alemão não poderia mais ser punido com acréscimo de tempo, visto que as circunstâncias em pista já o tinham feito perder alguns segundos. Ao mesmo tempo, evitaram uma desclassificação por não-cumprimento da pena. Os comissários erraram e a Ferrari fez exatamente o que eles pediram.
No final das contas, a punição foi anulada, visto que houve um erro da direção de prova na aplicação da pena. E os comissários trapalhões tiveram que devolver suas credenciais e nunca mais puderam trabalhar num Grande Prêmio de Fórmula 1.
Este é o espaço no qual Ivan Capelli fala sobre automobilismo e alguns pormenores do cotidiano, com seu ponto-de-vista bastante particular. Além disso, toda terça-feira, uma charge sobre automobilismo.
Jornalista, 30 anos, um chato que dá pitaco em quase tudo sobre automobilismo. Além de manter este blog, Capelli colabora com o site Grande Prêmio, escreve uma coluna mensal no GP Total e co-produz e co-apresenta o podcast Rádio GP.